Prémio SOS Azulejo

“Os Prémios SOS Azulejo têm por objetivos:

  • Reconhecer, valorizar, dar visibilidade e fomentar ações de proteção e valorização do património azulejar português e/ou de origem/tradição portuguesa;
  • Contribuir direta e indiretamente para a segurança, a conservação e o restauro certificados, o estudo, o usufruto e a divulgação adequados do património azulejar português e/ou de origem/tradição portuguesa;
  • Reforçar e incentivar a ligação e o orgulho das populações e das instituições em território português pelo seu património azulejar e/ou, noutros países, pelo seu património azulejar de origem/tradição portuguesa;
  • Encorajar e apoiar projetos, estudos e ações de qualidade que aproveitem, valorizem e dinamizem o potencial do património azulejar português.”

«Os azulejos de Jorge Rey Colaço que decoram o Palácio da Justiça de Coimbra»
Em 1928, o Ministério da Justiça adquiriu o Palacete do conde do Ameal, em Coimbra, com o propósito de aí integrar os Serviços da Justiça.
As obras, no agora designado Palácio da Justiça, decorreram até aos anos sessenta, sendo que a década de trinta, é aquela que a imprensa designou por altura do «aformoseamento» do Palácio, e diz respeito em particular, à colocação dos painéis azulejares que o decoram.
A encomenda dos painéis foi feita pela Comissão Administrativa das Obras do Palácio da Justiça à Companhia das Fábricas Cerâmica Lusitânia. Esta, incumbiu os diretores da sua secção de azulejaria de realizarem a tarefa: o «glorioso artista Snr. Jorge Colaço», que dirigia a secção artística, e o pintor António Costa, que dirigia a secção industrial.
A Colaço foi entregue a conceção e execução das cenas figurativas, António Costa ficou encarregue do labor das respetivas molduras e de painéis decorativos para outros espaços secundários.
Jorge Colaço, cuja obra azulejar, em Portugal, ascende a um milhar de painéis, imortalizou neste espaço da Justiça uma das suas mais magníficas obras, quer pelo traço pictórico irrepreensível, quer pela singularidade dos motivos. As composições nos painéis apelam para o valor da Justiça e para a necessidade de salvaguardar na memória os feitos passados, relacionados com Coimbra.
No que concerne à Fábrica Lusitânia, a execução desta obra era a oportunidade de se impor no mercado da azulejaria nacional. Por outro lado ”realisar esta obra, constituiria no presente e no futuro, quer, para a Fábrica, quer para os seus artistas, um dos seus maiores títulos de orgulho”.
O tempo veio a dar-lhe razão, e hoje é com regozijo que contemplamos os painéis de azulejo de Jorge Rey Colaço, que valorizam e dignificam o Palácio da Justiça de Coimbra.
O livro veio colmatar uma lacuna na historiografia de arte no que diz respeito à obra azulejar de Jorge Rey Colaço, e em particular à obra que realizou para o Palácio da Justiça de Coimbra.
O colóquio e apresentação do livro ocorreu no dia 13 de novembro de 2019 no Salão Nobre do Palácio da Justiça de Coimbra.