Duque de Coimbra “regressa” à cidade, volvidos seis séculos
Duque de Coimbra “regressa” à cidade, volvidos seis séculos
14 de Fevereiro 2019
João Ataíde, Azevedo Mendes e Alfredo Pinheiro Marques
O Infante D. Pedro, que foi duque de Coimbra, vai “regressar” à cidade, de 20 de Fevereiro a 29 de Abril, através de uma exposição inscrita nas comemorações do primeiro centenário do Tribunal da Relação.
Segundo o historiador Alfredo Pinheiro Marques, do Centro de Estudos do Mar e das Navegações de Luís de Albuquerque, trata-se de uma exposição iconográfica, bibliográfica e documental, alusiva a um príncipe do século XV que se distinguiu por ser “esclarecido, progressista e europeísta”.
A mostra irá ser reatada, a partir de 20 de Maio, na Figueira da Foz, cuja Câmara Municipal se associa ao Tribunal da Relação de Coimbra (TRC) e à Brigada de Intervenção do Exército.
Em conferência de Imprensa, o presidente do TRC, Azevedo Mendes, realçou o simbolismo do duque de Coimbra no panorama da Justiça, vincando ter sido ele a promulgar as “Ordenações Afonsinas”, primeira codificação efectuada no âmbito do Direito português.
“Não tendo chegado a ser rei de Portugal, D. Pedro deixou um legado importante”, opinou o líder da Câmara figueirense e presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra, João Ataíde (igualmente magistrado judicial).
“Justiça, vontade, Estado e território: o Infante D. Pedro e a sua obra” é o tema de um colóquio, cuja realização ocorre, quarta-feira (20), imediatamente antes da abertura da sobredita exposição.
O tenente-coronel Ferreira Gapo, da Brigada de Intervenção, falará de “O Infante D. Pedro – arquétipo (modelo) dos valores militares”, sucedendo-se intervenções a cargo do professor universitário José Adelino Maltez, de Rui Marcos (director da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra), de Pinheiro Marques e do almirante António Silva Ribeiro (chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas).
Nobre que andou por cortes de vários países europeus (1392 -1449), o Infante D. Pedro redigiu o “Livro da virtuosa benfeitoria” e foi regente da Coroa de Portugal durante a menoridade de D. Afonso V (sobrinho dele).
Deve-se àquele membro da denominada “Ínclita Geração” o desenvolvimento de políticas de modernização do Estado e da sociedade portuguesa, tendo morrido na batalha de Alfarrobeira (meados do século XV) ao enfrentar a nobreza feudal.