Mútuo. Natureza contratual
MÚTUO. NATUREZA CONTRATUAL
APELAÇÃO N.º 278/08.1TBAVR.C1
Relator: DR. ISAÍAS PÁDUA
Data do Acordão: 17/12/2008
Tribunal Recurso: TRIBUNAL JUDICIAL DE AVEIRO – 3º JUÍZO
Legislação Nacional: ARTºS 1142º E SEGS. DO C. CIV..
Sumário:
- No contrato de mútuo a entrega da coisa (datio rei) constitui um pressuposto ou elemento constitutivo essencial à formação do contrato, á luz das normas legais que regem esta figura jurídica – natureza de contrato real (quoad constitutionem).
- Quem invoca um contrato de mútuo tem o ónus da prova da verificação desse elemento constitutivo do contrato.
- O pagamento de um cheque emitido pelo autor a favor do R. e cujo valor foi por este recebido, não implica, de per si, qualquer obrigação para o beneficiário desse cheque em relação ao sacador, designadamente por via do instituto do enriquecimento sem causa.
- Muito embora não tenha sido invocado nos articulados, nada impede que, verificados em termos factuais os respectivos pressupostos, o tribunal possa conhecer e condenar com base no instituto do enriquecimento sem causa (e mais ainda se tiver, a esse propósito, sido respeitado o princípio do contraditório.